sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Opinião 022 - Assim os Quadrinhos chegaram a mim... ou, a Origem Secreta de um Nerd!



Pois é, meus queridos... Este é o centésimo post deste simpático blog, e em comemoração a este número tão alvissareiro decidi escrever um texto diferente do habitual... Ao invés de trazer fatos pitorescos do Mundo Encantado da Nona Arte decidi compartilhar com vocês a história da minha vida... Tá, "história da minha vida" é uma expressão exagerada... Na verdade, relatarei aqui como eu me iniciei nos Quadrinhos... Vamos lá!

Tudo começou no final dos anos setenta, na longinqua São Vicente, uma cidade do litoral paulista... A Vida era dura pra chuchu lá em casa, mas minha mãe sempre dava um jeitinho para comprar um ou outro gibi para mim, e graças as páginas coloridas dessas revistas eu aprendi os rudimentos da Lingua Portuguesa. Nessa época minha "dieta literária" era baseada em revistas da Disney e do Maurico de Sousa, mas minhas distrações não se restringiam única e exclusivamente a Leitura... Um indefectível televisor branco e preto de catorze polegadas abrilhantava a sala de nosso humilde lar, e através de sua tela eu conheci o desenho animado dos Superamigos, o seriado live-action do Superman (aquele, produzido nos anos cinquenta), a série televisiva do Hulk e a primeira série animada do Homem-Aranha.

Um dia teses acadêmicas serão produzidas explicando o fascínio que o Homem-Aranha exerce sobre tanta gente, e talvez eu finalmente entenda o que me levou a ficar perdidamente apaixonado pelo Escalador de Paredes assim que eu o vi na televisão, em especial em um comercial veiculado na Rede Globo que anunciava um gibi cuja capa está reproduzida logo abaixo:



Como uma tipica criança mimada eu enchi o saco da minha mãe, exigindo que ela me comprasse esse gibi. Atendendo aos meus apelos infantis a "velha" adquiriu a revista para mim, e assim tive em mãos a primeira revista de super-heróis da minha vida! Composta por aventuras curtas, grossas e muito boas do Escalador de Paredes em parcerias com outros heróis publicadas originalmente na revista Marvel Team-Up, esse gibi me deixou marcas indeléveis na memória afetiva, porém não foi ele que de fato me "fisgou" para os quadrinhos... Na verdade o meu "arrebatamento" ocorreu alguns anos depois...

Como eu disse anteriormente, a minha mamãezinha sempre me comprava alguns gibis, e de vez em quando vinha uma ou outra revista de herói entre as "tralhas" compradas pela "velha"... Cumprindo esse antigo hábito no final de 1982 a genitora desse blogueiro que vos fala me trouxe uns quatro ou cinco gibizinhos, e entre eles estava o Almanaque do Hulk #9 (publicado pela RGE, antigo nome da Editora Globo), que curiosamente não trazia nenhuma história do Gigante Esmeralda. Em compensação, a revista era totalmente preenchida por aventuras de um grupo de super-heróis diferente de tudo que eu tinha visto até então... Essa equipe era nada mais nada menos que os Fabulosos Xis-Men!


Xis-Men!? Sim, meus queridos, durante anos eu chamei os pupilos do Professor Xavier de Xis-Men! Ora bolas, um moleque de oito anos não tem obrigação de saber a pronúncia correta das letras em Inglês, caramba! Mas, vamos parar de falar sobre pronúncias certas ou erradas... O que importa mesmo são as emoções arrebatadoras que tive ao ler as histórias contidas no Almanaque do Hulk #9... Imaginem o que é para um moleque ver pela primeira vez um cara com "unhas" que podem rasgar qualquer coisa... Um sujeito que dispara raios pelos olhos... Uma negona linda de cabelos brancos... Um grandalhão que virava aço... Um ruivo cujo poder era gritar feito um louco... Um azulão esquisito que parecia ter saído do Inferno... E ainda por cima nessas histórias eles salvam o Japão da destruição total e vão parar no Canadá, onde encaram um grupo tão esquisito quanto eles! Pelamordedeus, eu fiquei vidrado nos "Xis-Men" de cara! Porém, após terminar a leitura eu mal sabia que levaria sete meses para revê-los...

Em meados de 1983 todos os personagens da Marvel Comics passaram a ser publicados única e exclusivamente pela Editora Abril, que fez uma grande propaganda do fato em todas as suas revistas em quadrinhos. Lendo uma revista do Pato Donald tomei conhecimento disso, e juntando a minha velha paixão pelo Aracnídeo com alguns caraminguás gentilmente cedidos pela minha tia-avó eu comprei a revista Homem-Aranha #1...


Esse gibi trazia uma aventura produzida por Denny O'Neil e Frank Miller onde o Amigão da Vizinhança encarava o Justiceiro e o Dr. Octopus e, é claro, fiquei completamente alucinado quando terminei de lê-la. E também fiquei especialmente exultante quando descobri que a revista Superaventuras Marvel #14 traria nada mais nada menos que o super-grupo que conheci no final de 1982, os Xis-Men!


Ai, meus caros, juntando os centavinhos comprei a dita revista e adorei cada página dela, e minha curiosidade acerca de outros personagens da Casa das Ideias foi crescendo, sendo estimulada em parte pelos famosos desenhos desanimados da Marvel, que coincidentemente eram reprisados pela Rede Globo naquela época. De curiosidade em curiosidade, desde 1983 vinte e sete dos meus trinta e seis anos de vida foram exercidos na condição de fanboy inveterado. Quando essa história vai terminar? Não sei, só espero que ela seja o mais longa possível, e até o final dela eu pretendo contar com a companhia de vocês! Dito isso, assistam a abertura dos desenhos desanimados da Marvel e, como diria o poeta... Até a próxima!









sábado, 20 de novembro de 2010

Curiosidades Curiosissimas 039 - Lobo, o primeiro heroi negro ter revista própria nos EUA!


Já faz um tempinho que escrevo sobre quadrinhos, e até hoje o meu texto que fez mais sucesso foi aquele que versava sobre a presença negra nos quadrinhos americanos, publicado no HQManiacs. Esse artigo está repleto de agressões a Lingua Portuguesa e infelizmente deixei de fora dele vários assuntos, porém confesso que muitas vezes os elogios que recebo por causa dele me deixam um tanto quanto metido a besta. E como eu já disse, deixei bastante coisa de fora dele e, justamente hoje, em comemoração ao Dia da Consciência Negra, quero tratar de um desses assuntos esquecidos, falando um pouquinho sobre o Lobo, o primeiro heroi negro a ter revista própria nos EUA!

Antes de mais nada, precisamos deixar clara para os eventuais "leigos" em quadrinhos que estejam lendo esse artigo a diferença entre "super-heroi" e "heroi". Usualmente são considerados "super-herois" os personagens que possuem super-poderes e habilidades especiais, ou então que vestem uniformes espalhafatosos, o que seria o caso, por exemplo, do Superman ou do Batman. Por outro lado, são chamados de "herois" personagens desprovidos de qualquer habilidade super-diferenciada, e podemos enquadrar nessa categoria os bons e velhos caubois dos gibis. E por acaso, Lobo era um desses caubois...


A revista de Lobo foi lançada no final de 1965 pela Dell Comics, e seguia de perto os clichês básicos dos gibis de faroeste: o nosso heroi era um pistoleiro conhecido apenas pela alcunha e foi acusado injustamente de cometer vários crimes. Isso o obrigou a vagar pelo Velho Oeste, e nessas andanças ele sempre arrumava tempo para corrigir injustiças, proteger os mais fracos e encarar toda sorte de bandidos. Tudo muito legal, hein? Mas de onde surgiu a inspiração para criar Lobo?


Em meados de 1965 o desenhista italo-americano Tony Tallarico trocou algumas ideias com o escritor D.J. Arneson, e definiram as linhas gerais do personagem, inclusive a sua etnia. Após isso, eles mostraram seus esboços para a editora-chefe Helen Myer, que adorou o novo heroi e deu carta branca para a sua estreia em uma revista própria. Duzentas mil cópias da primeira edição de Lobo foram impressas e enviadas para as bancas de jornais, mas... O "imponderável" ou, melhor dizendo, o "previsivel" acabou acontecendo....

Nos anos sessenta os EUA estavam mergulhados em conflitos raciais, e muita gente não via com bons olhos figuras como Martin Luther King e Malcolm X. Essas mesmas pessoas certamente não eram adeptas de caubois negros como Lobo, e o resultado é que a revista foi um monumental fracasso de vendas, tanto que muitos jornaleiros se recusaram a vender o gibi, em um claro ato de boicote.


Um segundo número de Lobo ainda foi lançado no início de 1966, mas infelizmente o boicote persistiu e a revista foi cancelada. Muitos podem entender isso como um fim, porém na realidade Lobo se tornou um grande começo para a presença negra nos comics americanos: naquele mesmo ano Stan Lee e Jack Kirby apresentavam nas páginas do gibi Fantastic Four #52 o Pantera Negra, o primeiro super-heroi negro dos quadrinhos. O próprio Lee - junto com o artista Gene Colan - em 1969 introduziu o Falcão nas aventuras do Capitão América, até que em 1972 Luke Cage se tornou o primeiro super-heroi afro-americano a ter a sua própria revista.

Até hoje, a presença negra nos quadrinhos e em diversas mídias ainda está muito aquém do desejado, porém, como comprovamos logo acima a ousadia de Arneson e Tallarico rendeu - e ainda rende - bons frutos, tanto que em 2006 o desenhista foi agraciado com o Glyph Comics Awards pela primazia em criar o primeiro heroi negro a ter uma revista própria. Dito tudo isso, nos despedimos, e quem quiser saber um pouco mais sobre o assunto pode ler a minha série de artigos sobre os negros nas Histórias em Quadrinhos clicando nos links abaixo. Até a próxima!

Fonte:
Lobo - Wikipedia

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Curiosidades Curiosissimas 038 - Uma pequena e breve lista com canções inspiradas em personagens de quadrinhos!


No meu último post eu "reeditei" o encontro histórico que houve entre Paul McCartney e Jack Kirby, encontro esse motivado pela canção Magneto and Titanium Man, composta pelo ex-beatle com óbvia inspiração em personagens criados por Kirby. Após elaborar esse texto fiquei matutando e me lembrei algumas outras canções inspiradas em personagens oriundos dos quadrinhos e, tomado pelo desejo de compartilhá-las com vocês decidi criar mais um post no meu blog, trazendo cinco dessas pérolas da música pop para a vossa apreciação! Vejam elas logo abaixo:



Donovan - Sunshine Superman

Donovan é um músico escocês que obteve sucesso em meados dos anos sessenta com canções que misturavam elementos pop e folk de maneira equilibrada e altamente lisérgica, bem ao gosto do público daquele período. Sunshine Superman é um dos seus maiores sucessos, e além de citar o Último Filho de Krypton a canção menciona o Lanterna Verde.



John Zorn e Naked City - Batman


John Zorn é um talentosissimo multiinstrumentista que passeia por diversos gêneros músicais e que tem um trabalho marcado pelo constante experimentalismo. Em 1989 junto com a banda Naked City ele gravou o tema instrumental Batman, no álbum Naked City.


XTC - That's Really Super, Supergirl


Uma banda que teve um certo destaque na cena new wave britância foi a XTC, e pelo visto os rapazes gostavam mesmo de gibis, já que além da homenagem que eles prestararam a Supergirl e a mitologia do Homem de Aço eles saudaram o bom e velho Sargento Rock, na canção Sgt Rock (Is Going To Help Me), que pode ser assistida nesse link.



Joe Satriani - Surfing with an alien


A capa do álbum Surfing with an alien não deixa dúvidas: um Surfista Prateado singrando o espaço e desenhado por John Byrne mostra que o arauto de Galactus certamente foi a inspiração para o tema instrumental Surfing with an alien, um dos maiores sucessos do guitarrista Joe Satriani.



Spin Doctors - Jimmy Olsen's Blues


Em 1991 a banda nova-iorquina de rock alternativo Spin Doctors botou na praça o disco Pocket Full of Kryptonite. Esse álbum ganhou este nome devido a faixa de abertura Jimmy Olsen's Blues, e se vocês assistiram ao vídeo devem ter percebido que certamente a vida de "melhor amigo" do Homem de Aço não é moleza!


E, no final de tudo, só nos resta dizer: até a próxima!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Curiosidades Curiosissimas 037 - O Dia em que Paul McCartney se encontrou com Jack Kirby!



Paul McCartney está entre nós! Em homenagem aos shows que o ex-beatle dará no Brasil nesse mês este blogueiro desencavou das profundezas do passado um dos seus primeiros posts, onde é relatado o sensacional encontro de um dos súditos favoritos da Rainha Elizabeth com Jack Kirby, o Rei dos Quadrinhos! Leiam e se deliciem com essa história!


Era o ano da graça de 1976, e Paul McCartney estava em turnê divulgando o álbum Venus and Mars, que curiosamente trazia uma ótima canção pop chamada Magneto and Titanium Man... Magneto and Titanium Man? Por acaso o ex-Beatle era fã dos X-Men? Seria Paul McCartney um nerd enrustido que finalmente dava vazão ao seu amor por quadrinhos? Muita gente fala que os Beatles gostavam de ler gibis, mas a biografia do quarteto de Liverpool escrita pelo jornalista Bob Spitz (um tijolo de quase mil páginas que estou lendo nesse momento) não traz nenhuma indicação de que os quatro rapazes eram loucamente apaixonados pela Nona Arte. Segundo Paul, a inspiração para Magneto and Titanium Man é um tanto quanto prosaica: em 1975 o mais bonitinho dos Beatles estava na Jamaica gravando Venus and Mars junto com os Wings (banda que o acompanhou durante boa parte dos anos setenta) e a esposa Linda McCartney e os seus pequenos filhos.

Aí vocês sabem como é criança pequena... Com o propósito de sossegar a molecada Paul comprou uma penca de gibis para a molecada, e por acaso um deles trazia o mutante terrorista favorito de todo mundo. Infelizmente não foi possível determinar qual gibi Paul comprou para os seus filhos, mas sabe-se que ele ficou com a palavra "Magneto" na cabeça... E o resultado foi a canção Magneto and Titanium Man.


Como falamos acima em 1976 Paul estava em turnê divulgando o seu novo disco e um dos seus destinos era Los Angeles. Nessa mesma época Jack Kirby residia lá, e os irmãos Gary e Steve Sherman trabalhavam com o Rei. Ao tomarem conhecimento da apresentação de Paul e da canção Magneto and Titanium Man os simpáticos irmãos acharam que seria uma boa idéia armar um encontro entre o ex-Beatle e o co-criador de Magneto, e com a permissão de Jack eles entabularam diversos contatos telefônicos com a gravadora e os acessores de McCartney. Como muita gente na gravadora era fã de primeira ordem do Rei dos Quadrinhos o encontro foi marcado, e Jack, sua esposa Roz, sua filha Lisa os irmãos Sherman foram encontrar-se com o músico inglês.



"Olá, Jack, é um prazer te conhecer!", disse McCartney com seu típico sotaque inglês assim que ficou frente a frente com Jack Kirby. Segundo o testemunho dos Irmãos Sherman o velho desenhista e o ex-Beatle foram extremamente amistosos um com o outro, porém McCartney não contava com uma "surpresa" que Jack preparou para ele: o Rei presenteou-o com um belo esboço a lápis, que retratava Magneto "capturando" Paul e toda a banda Wings. Paul adorou o presente, e em retribuição convidou Kirby e sua família para assistirem no setor vip o show que dentro de alguns instantes ele daria.

Assim que chegou o momento de tocar Magneto and Titanium Man Paul falou em alto e bom som a seguinte frase: "Esta noite na platéia está o criador de Magneto e de muitos outros personagens dos quadrinhos, e eu gostaria de dedicar essa canção à Jack Kirby!". Explodiram os aplausos, e o maior desenhista de super-heróis que o mundo já viu recebeu uma das mais
belas homenagens de toda a sua vida, homenagem essa originária de um dos maiores músicos de todos os tempos. É isso que dá quando dois gigantes se encontram.

Ah, vejam logo abaixo a arte que Kirby fez para Paul McCartney:


E, vejam e ouçam a música também, cacete!


E para aqueles que querem cantar essa bela canção, segue abaixo a letra:

Magneto and Titanium Man

Well I Was Talking Last Night
Magneto And Titanium Man...
We Were Talking About You, Babe,
Oo --- They Said ---

You Were Involved In A Robbery
That Was Due To Happen
At A Quarter To Three
In The Main Street.

I Didn't Believe Them
Magneto And Titanium Man...
But When The Crimson Dynamo
Finally Assured Me, Well, I Knew

You Were Involved In A Robbery
That Was Due To Happen
At A Quarter To Three
In The Main Street.

So We Went Out
Magneto And Titanium Man...
And The Crimson Dynamo
Came Along For The Ride

We Went To Town With The Library
And We Swung All Over That
Long Tall Bank In The Main Street

Well There She Were And To My Despair
She's A Five-Star Criminal
Breaking The Code

Magneto Said "Now The Time Come
To Gather Our Forces And Run!!!"
Oh No...
This Can't Be So...

And Then It Occurred To Me!

You Couldn't Be Bad
Magneto Was Mad!
Titanium Too!
And The Crimson Dynamo
Just Couldn't Cut It No More
You Were The Law...


Fontes:
Jack Kirby Museum
Jack Kirby Collector

sábado, 6 de novembro de 2010

Retrospectiva 010 - As mais estranhas campanhas presidenciais dos quadrinhos!



Bem, meus queridos, entre paus e pedras, mortos e feridos e "declarações de amor" explicitas ao povo nordestino encerramos mais um ciclo democrático-eleitoral, guindando ao mais alto cargo da República a Sra. Dilma Vana Roussef. Todavia, por mais tentados que estejamos a comentar a campanha eleitoral recém-finalizada é nossa obrigação lembrar que esse modesto blog é focado em quadrinhos e cultura pop e, dito isso, aproveitaremos essa deixa para relembrar aqui três das mais estranhas campanhas eleitorais das HQ's americanas!



Prez, o Presidente Adolescente!


Tentem se recordar do ano de 1973... O Flower-Power hippie está em pleno declínio e o povo americano descobre que o "adorável" Presidente Richard Nixon é corrupto até o último fio de cabelo... Este cenário desolador inspirou Joe Simon (co-criador do Capitão América) e Jerry Grandenetti a criarem Prez Rickard, o primeiro presidente adolescente dos Estados Unidos!


Estreando em seu próprio gibi pela DC Comics em meados de 1973, Prez Rickard era um adolescente de elevado caráter que, aproveitando-se de uma mudança legal que permitiu que qualquer pessoa a partir dos dezoito anos disputasse qualquer cargo eletivo nos EUA pura e simplesmente conseguiu atingir o cargo mais alto do país! Levando a própria mãe como Vice-Presidente e a irmã como Chefe de Gabinente (nada como um pouco de nepotismo, hein?) para a Casa Branca, Prez teve um mandato dificil, já que ele teve que encarar milicias de extrema-direita e até mesmo uma horda de vampiros, que descaradamente invadiram a residência oficial do presidente americano! Nessas horas, ele contava com a mão amiga dos seu multiétnico grupo de assessores, que contava até mesmo com um indio chamado Eagle-Free, que sabe-se lá como conseguia conversar com animais!

Apesar de todas as boas intenções do jovem mandatário, e apesar dos roteiros pra-lá-de-lisérgicos de Joe Simon o mandato de Prez foi curtissimo, já que a revista foi cancelada após a quarta edição. De lá para cá Prez teve uma participação especial no gibi Supergirl em 1974, e em 1993 foi temporariamente resgatado do Limbo dos Quadrinhos por Neil Gaiman e Mike Allred na quinquagésima-quarta edição da premiadissima série Sandman, que foi publicada pela última vez no Brasil na edição encadernada Sandman: Fim dos Mundos. Em 1995 o jovem presidente foi novamente trazido a baila na graphic novel Vertigo Visions - Prez: Smells Like Teen President (inédita no Brasil), escrita por Ed Brubaker e desenhada por Eric Shanower e, pelo visto, não se avizinha no horizonte nenhuma possibilidade de vermos de novo o mais jovem mandatário que a América já teve... Pelo menos nos Quadrinhos!



Um Pato na Presidência!


Howard era um adorável patinho antropomorfizado oriundo de outra dimensão criado pela mente "ensandecida" do roteirista Steve Gerber e que estreou no final de 1973 na revista Adventure into Fear #19, da Marvel Comics. Dada a boa aceitação do público, Howard ganhou gibi próprio em 1976, e nessa revista Gerber usou o pato para exercitar em toda plenitude a sua veia anárquica, disparando criticas a torto e direito ao chamado american way of life. O ápice dessas criticas aconteceu quando na oitava edição da revista o pato extradimensional se lançou candidato a Presidência dos Estados Unidos!


Um pato na Presidência, hein? Nada mau... Mas nem mesmo Gerber era tão louco assim, e infelizmente "forças ocultas" impediram Howard de conquistar a Casa Branca. E também para a infelicidade dos leitores um contencioso entre Gerber e a Marvel acerca dos direitos autorais do personagem fizeram com que o pato tivesse uma carreira irregular nos quadrinhos. Um dia, quem sabe, Howard voltará com tudo a ser uma das principais estrelas da editora do Tio Stan Lee...



Um Supersoldado na Casa Branca!


Poucos super-heróis tem um viés tão patriótico e tão identificado com os EUA quanto o Capitão América... Tendo isso em mente no final dos anos setenta o escritor Roger Mckenzie desenvolveu um plot, no qual Steve Rogers concorreria a Casa Branca... E seria eleito, se tornando um presidente super-heroi! É claro tal tipo de idéia era arrojada demais para aquela época, e os editores da Marvel a rejeitaram de imediato, porém...

Em 1980 o escritor Roger Stern e o desenhista John Byrne assumiram o titulo do Sentinela da Liberdade, e as propostas de Mckenzie foram novamente discutidas pelo corpo editorial da Marvel. De conversa em conversa, o então editor-chefe Jim Shooter sugeriu que Stern aproveitasse a ideia do "Capitão Presidente" usando uma abordagem um pouco diferente: em vez de mostrar a candidatura e eleição do Supersoldado, a aventura a ser desenvolvida mostraria de maneira claras as razões pelas quais Steve Rogers jamais pleitearia um cargo público.


Publicada no gibi Captain America #250, a aventura Cap for President mostra o Capitão América sendo convidado a disputar a Presidência por um partido independente, e sofrendo pressões de todos os lados para aceitar essa candidatura. Após várias reflexões, em um apaixonado discurso dirigido a uma esperançosa multidão Steve Rogers explica porque não se considera apto ao cargo de Presidente e declina do convite para disputar a Presidência. Passados trinta anos da sua publicação original, essa história é hoje considerada por criticos e fãs uma das melhores estreladas pelo Sentinela da Liberdade, já que poucas vezes uma HQ captou com tanta delicadeza a importância de valores como a Democracia e o Senso de Dever... De fato, é um pequeno clássico da Marvel Comics, que foi publicado pela última vez no Brasil na edição especial Os Maiores Clássicos do Capitão América - Volume 1, da Panini Comics.

Então, é isso... Continuem nos acessando, e como diria o Faustão, urna não é pinico! E, para finalizar de vez esse post, fiquem com a abertura do desenho animado Super President, um obscuro desenho do final dos anos sessenta que mostrava as aventuras de um super-heroi que por acaso era Presidente dos EUA! Ah, e não deixem de ler meu post sobre a eleição de Barack Obama e sobre a participação dos verdadeiros presidentes americanos nos quadrinhos! Até a próxima!


Fonte:
Backissue Magazine

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Opinião 021 - As Aventuras da Super Classe Média, by Allan Sieber!


Enfim, chegou ao fim o processo eleitoral no qual o povo brasileiro escolheu Dilma Vana Roussef como a presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2011. Muitas vezes campanhas eleitorais são realizadas com o pleno exercício de toda sorte de baixarias e vulgaridades, porém esse ano viu-se uma certa classe média considerada "esclarecida", "culta", "ética", "trabalhadora", "pagadora de impostos" e que "não vive de bolsa-esmola" demonstrar preconceitos de uma forma torpe e vulgar, em especial contra os nossos irmãos da região Nordeste. Independente de preferências politicas por "Candidato A" ou "Candidato B" esse tipo de atitude deve ser fortemente reprovada, e em "homenagem" a essa autodenominada "classe média" que se acha o "máximo" reproduzo aqui algumas charges do brilhante desenhista e animador Allan Sieber, que traduzem com perfeição o que penso sobre essa gente. Com vocês, a As Aventuras da Super Classe Média! E tenho dito!








P.S.: Não sou candidato a nada, mas também faço as minhas promessas de vez quando, e o meu próximo compromisso é registrar aqui nesse simpático blog as mais estranhas campanhas eleitorais dos quadrinhos! Aguardem!

Fonte:
Allan Sieber - Site Oficial

sábado, 23 de outubro de 2010

Retrospectiva 009 - Pelezinho, a versão em quadrinhos da infância do Rei Pelé!


Eu tenho muitas paixões na minha vida... As modestas e generosas almas que visitam esse blog certamente perceberam que Quadrinhos, Cinema e Cultura Pop em geral ocupam um lugar especial no meu coraçãozinho, mas sempre sobra espaço para outras coisas... Entre essas "outras coisas" está o Santos Futebol Clube, entidade futebolistica que tantas vezes me fez sorrir ou chorar. E justamente hoje, no glorioso dia 24 de outubro de 2010 aquele que é o maior simbolo do Santos F. C. e, quiçá, do futebol brasileiro e mundial está comemorando setenta anos de vida... E os visitantes desse blog já devem ter deduzido que estou falando de Pelé, não é mesmo? Justamente em homenagem aquele que foi o maior jogador de futebol de todos os tempos eu quero relembrar aqui o lugar onde eu o conheci... Não foi em jogos da Vila Belmiro (eu sou novinho, pô!) e nem em video-tapes constantemente reprisados na televisão... Na verdade, eu tomei conhecimento da existência do Rei atavés das páginas de uma das melhores histórias em quadrinhos brasileiras de todos os tempos!


Eu era uma criança pequena morando lá em São Vicente (cidade do litoral paulista, vizinha a Santos) e de tempos em tempos a minha mãezinha me presenteava com gibis usados. E justamente um desses gibis traziam histórias de um tal de Pelezinho, um negrinho bom de bola cujos amigos tinham personalidades que cativavam qualquer moleque... Ora, era impossível não se encantar com os palavrões e o jeito estourado do Cana Braba, com os fracassos do Frangão no gol, com a elegância de Teófilo, com a delicadeza da Neuzinha (namorada do Pelezinho), com o jeitinho assanhado da Bonga e até mesmo com o quibes fedorentos feitos pela Samira! Todo esse universo maravilhosamente lúdico e divertido foi concebido por Mauricio de Sousa, com a aval do Rei.


Em meados dos anos setenta Mauricio contatou Pelé, com a proposta de fazer um gibi inspirado na sua vida. Inicialmente, o Rei queria que a sua versão quadrinistica fosse adulta e imponente que nem ele, uma espécie de Pelezão, porém Mauricio entendia que uma versão infantil teria maior apelo junto ao público.


De conversa em conversa, quem acabou decidindo a parada foram os filhos do Rei, que assim que viram alguns rascunhos que Mauricio havia feito do Pelezinho e se encantaram com o personagem. "Vencido", Pelé acabou liberando a criação da sua versão quadrinistica e infantil, e abasteceu Mauricio com dezenas de histórias e "causos" da sua infância em Bauru. Tendo tais historias em mão, Mauricio concebeu todo o universo quadrinistico do Pelezinho, que por fim foi lançado inicialmente em 1976 em tiras de jornais, e posteriormente em 1977 em revista em quadrinhos, editadas pela Editora Abril.




A revista do Pelezinho foi publicada até 1982, e teve cinquenta e oito edições. Houve uma tentativa de trazer o personagem de volta em 1990, e recentemente Mauricio de Sousa esboçou o desejo de retomá-lo, eventualmente usando-o como mascote para a Copa do Mundo que será realizada em 2014 no Brasil. Só que, nesse caso aparentemente ele não conseguiu fechar um acordo com o Rei e o negrinho bom de bola continua no Limbo dos Quadrinhos. De fato, isso é uma pena, porque a Turma do Pelezinho é na minha modestissima opinião um dos maiores quadrinhos nacionais de todos os tempos e um dos melhores materiais produzidos pelos Estudios Mauricio de Souza. Quem sabe, um dia, uma nova geração de leitores possa ter acesso as aventuras do Pelé quando era criança e quem sabe, um dia, fãs "velhinhos" como eu possam reler essas maravilhosas histórias em quadrinhos. Quem sabe... De um jeito ou de outro, terminamos esse artigo desejando toda felicidade do mundo para o Atleta do Século, bradando em alto e bom som: VIDA LONGA AO REI!



Fontes:
Mauricio de Souza conta como criou o Pelezinho
Color Screen - Pelezinho
Universo HQ - Pelezinho
Wikipedia - Pelezinho
Scream Yell - Pelezinho

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Curiosidades Curiosissimas 036 - O Tocha Humana Original e o Capitão Marvel! Um dos primeiros crossovers das Historias em Quadrinhos!


E houve uma aventura...
Mais antiga do que o confronto entre o Homem-Aranha e Super-Homem sob os céus de Nova York...
Mais velha que o duelo entre força bruta e inteligência que ocorreu com o Batman e o Incrivel Hulk ...
Que aconteceu dezoito anos antes da aliança entre os X-Men e os Novos Titãs...

Essa aventura... por obra, arte, graça e um pouco de pilantragem de editores brasileiros de quadrinhos reuniu nas mesmas páginas de um gibi o Capitão Marvel (Shazam) e o Tocha Humana Original, em um dos primeiros crossovers intereditoriais das Histórias em Quadrinhos! Querem saber como isso aconteceu? Continuem lendo esse texto então, por favor...

Tanto o Capitão Marvel quanto o Tocha Humana Original deram o ar da graça no Brasil nos anos quarenta, respectivamente nas páginas das revistas O Gibi e o Globo Juvenil Mensal – ambas editadas por companhias do "saudosissimo" Roberto Marinho – e rapidamente eles angariaram uma boa quantidade de fãs entre o público brasileiro. Ora, em 1953 as histórias do Capitão Marvel deixaram de ser produzidas no States devido a um processo movido pela DC Comics moveu contra a Fawcett, alegando que discipulo do Mago Shazam era um plágio do Superman. O andróide flamejante da Timely Comics (antigo nome da Marvel) não teve sorte muito melhor, uma vez que sua editora lançava suas aventuras de forma um tanto quanto irregular durante essa mesma década. Mas – sempre há um "mas" – os editores brasileiros deram um jeitinho para os fãs brazucas não ficarem órfãos...

No caso do Capitão Marvel o público brasileiro não ficou privado das aventuras do Mortal Mais Poderoso da Terra, já a RGE - Rio Gráfica e Editora (empresa fundada em 1957 por Marinho para concentrar a publicação de quadrinhos) supriu a demanda dos fãs com constantes republicações de material antigo e eventuais histórias inéditas concebidas por artistas brasileiros até 1968. E graças a esse material nacional ocorreu um dos mais improváveis encontros da Historia das Historias em Quadrinhos.


A revista Almanaque do Globo Juvenil 1964 trouxe a aventura A Volta de um Grande Heroi, estrelada pelo Capitão Marvel. Nela, o discipulo do Mago Shazam enfrentou um vilão chamado Cobra e, após algumas escaramuças com o bandido o nosso heroi chegou no esconderijo secreto dele, e por lá ele encontrou vários prisioneiros. E por um daqueles acasos que só ocorrem nos gibis entre os cativos estava um enfraquecido, barbado e desprovido de poderes Tocha Humana, que vários antes havia sido capturado pelo Cobra!


Tá certo que os responsáveis pela aventura se esqueceram que o Tocha Humana Original era um andróide, e que formas de vida artificiais barbadas são algo um tanto quanto estranho, e tá certo que eles também se esqueceram de pedir permissão a Marvel Comics para o seu personagem, mas deixemos isso de lado... Após resgatar o Tocha do cativeiro o Capitão Marvel o levou para um hospital, e continuou no encalço do Cobra, que estava prestes a botar em ação um plano terrivelmente maligno: detonar na atmosfera terrestre um poderoso artefato chamado Hiperbomba Z, o que acarretaria em um aumento brutal da temperatura na Terra. Terrivel, hein? Enquanto Marvel corria contra o tempo para evitar a execução dos planos do Cobra o Tocha convalescia no hospital e, de repente – não mais que de repente – o flamejamente heroi recuperou os seus super-poderes e se juntou ao Mortal Mais Poderoso da Terra no embate contra o reptiliano vilão.




Aí, tudo correu conforme o esperado: juntos os dois herois derrotaram o Cobra e todos viveram felizes para sempre, certo? Para falar a verdade, não... Após derrota do Cobra o Tocha Humana se despediu do Capitão Marvel e iniciou uma busca pelo desaparecido Centelha, o seu parceiro juvenil nos anos quarenta.


Lindo tudo isso, não acham? Essa pequena pérola da Nona Arte foi desenhada por Rodriguez Zelis, e infelizmente não é sabido se foi ele ou outra pessoa que escreveu o roteiro... O que é sabido é que, muito antes dos fanboys americanos os leitores brasileiros testemunharam – ainda que de maneira extra-oficial – um dos primeiros crossovers entre personagens de peso de duas editoras de peso de todos os tempos! E tenho dito!

P.S.1.: Tomei conhecimento sobre esse crossover através do livro Quando Surgem os Super-Herois, do meu amigo Roberto Guedes. Desde essa época fiquei muito a fim de escrever alguma coisa sobre ele, porém me faltavam imagens desse gibi, que só recentemente consegui obter. Dito isso, esse post é dedicado ao bom e velho Guedes, o maior especialista em Roy Thomas da América Latina!

P.S.2.: Recentemente a Panini Comics lançou a minisseria Tocha Humana, que mostra o retorno do androide flamejante dos anos quarenta. Para quem quiser saber mais sobre o personagem eu recomendo vivamente esse gibi!

Fontes:
Alter Ego Magazine
Quando Surgem os Super-Herois
Guia dos Quadrinhos

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Opinião 020 - Um dia, meu amigo nerd, você encontrará o Amor...

Você, meu amigo...

Que vive uma solidão nérdica de lascar...

Que é um tanto quanto mal-diagramado (como diria o poeta Xico Sá)...

Que ainda não conheceu o verdadeiro amor de uma mulher...

Aquela com quem você compartilhará sua paixão por RPG's...

Aquela com quem você assistirá na integra o box completo da primeira temporada de Star Trek - A Nova Geração...

Aquela com quem você irá para Fest Comix fantasiado de Han Solo...

Aquela com quem você dividirá a escova de dentes e o joystick do Playstation 3...

Aquela que não irá reclamar dos três mil gibis que você guarda em sua humilde maloca...

Não perca a esperança, querido amigo!

Um dia você encontrará a Princesa Leia da sua vida!

Assista ao vídeo abaixo e continue mantendo acesa a chama do amor no seu coraçãozinho nerd!



P.S.: Esse post é dedicado ao poeta-suburbano-cabra-da-peste-filósofo-do-amor Xico Sá e, é claro, ao "Cara", que faz uma participação especialissima nesse video-clipe! Ate a próxima!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Opinião 019 - Tiririca e o momento politico do Brasil... E a brilhante opinião de Laerte Coutinho...


E mais uma vez este belo e amado país chamado Brasil passou por um processo eleitoral... E o palhaço Tiririca se tornou o campeão de votos para o cargo de deputado federal em São Paulo... Muitas e muitas opiniões foram emitidas sobre o "absurdo" de eleger um "nordestino-cabeça-chata-semi-analfabeto" que, segundo algumas "mentes esclarecidas" não deveria nem ter o direito de passar na frente do Congresso Nacional... E muito também foi dito sobre os "idiotas" que ousaram votar em um "comedor de rapadura"... Entre tantas e tantas opiniões sobre esse tema, faço minhas as palavras e imagens desenhadas de Laerte Coutinho – um dos maiores quadrinistas brasileiros de todos os tempos – uma vez que concordo plenamente com todas as ideias que, brilhantemente, ele colocou na charge reproduzida logo abaixo. Vejam tal charge, e a interpretem da maneira que acharem melhor:

E tenho dito!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Curiosidades Curiosissimas 035 - Homenagens a Dias de um Futuro Esquecido!


Pois é, meus caros e queridos amiguinhos... Quem acessa esse blog já deve ter se ligado na minha proverbial obsessão por capas de revistas em quadrinhos. Nesse modesto espaço internético desvencavei várias curiosidades sobre capas (basta clicar aqui, aqui, aqui e também aqui para vê-las) e, não resistindo a tentação, resolvi elaborar mais um post sobre capas de quadrinhos! Ou, mais especificamente, sobre a capa de um gibi em especial, um tal de Uncanny X-Men #141... Ou, para ser mais especifico, sobre a primeira capa da historia Dias de Um Futuro Esquecido e sobre todas as homenagens que foram feitas a ela!


Dias de um Futuro Esquecido foi publicada originalmente em 1980 nos gibis X-Men #141 e X-Men #142 (no Brasil foi publicada pela última vez na edição especial Marvel: Quarenta Anos de Brasil, em 2007), e poderiamos fazer loas e mais loas a brilhante trama arquitetada por Chris Claremont e John Byrne, trama essa simultaneamente ambientada tanto no presente quanto no futuro. Todavia, tais elogios da minha parte serão feitos em outro momento, já que essa é na minha imodestissima opinião a maior historia dos X-Men de todos os tempos e, podem ter certeza, um dia escreverei um artigo detalhado sobre essa aventura. O objetivo agora é ressaltar que, com o passar do tempo a capa de X-Men #141 se tornou emblemática e, convenhamos, tal fama se justifica... Um Wolverine e uma Kitty Pryde envelhecidos e emparedados contra um muro, onde está colado um cartaz de "procura-se" com o retrato com vários mutantes tem um efeito pra-lá-dramático, não é mesmo? Dito isso, essa capa foi homenageada e recriada inúmeras vezes, e logo abaixo estão reproduzidas algumas das homenagens mais inusitadas feitas a ela.


Homem de Ferro
Bob Layton marcou época em sua passagem como arte-finalista e corroteirista das aventuras do Homem de Ferro, e nessa arte comissionada ele usa a capa de X-Men #141 para relembrar A Guerra das Armaduras, uma das melhores aventuras do Vingador Dourado de todos os tempos.


Legião dos Super-Herois
Parte da trama de Dias de um Futuro Esquecido se passa no futuro... Ora, se isso é verdade porque não homenagear essa aventura colocando os membros fundadores da Legião dos Super-Herois — um dos mais querido super-grupo futuristas de todos os tempos — no lugar de Wolverine e Kitty Pryde? Foi o que fez Bob Layton, nessa arte comissionada elaborada em 2007.


Star Trek
Já que falamos de futuro... Imaginem um futuro onde a Federação dos Planetas Unidos e a Frota Estelar foram destruídas... E onde a Terra está sob o jugo do Império Klingon! Essa é a premissa de Star Trek: The Next Generation-The Last Generation, uma aventura ambientada em uma realidade alternativa da série Jornada nas Estrelas e que foi lançada em 2008 pela IDW Publishing. Nessa homenagem, Jean-Luc Picard e Wesley "mala" Crusher fazem as vezes de Wolverine e Kitty Pryde, e no cartaz estão reproduzidos personagens da mitologia trekker.


Star Wars
Quem é melhor? Star Wars ou Star Trek? Isso agora não importa... O que importa é que a revista Star Wars: Insider presta a sua homenagem a Dias de um Futuro Esquecido, ao trazer em uma de suas capas um Obi-Wan Kenobi acossado.


Zumbis Marvel versus Ash Willians
Zumbis Marvel foi um conjunto de minisseries que recentemente obteve grande sucesso ao mostrar versões zumbificadas dos herois da Marvel Comics. Ash Willians — o herois da serie cinematografica de terror Evil Dead — é um caçador de monstros adorado pelos fãs do gênero. Por que não botar Ash contra os Zumbis Marvel? Foi o que a Marvel e a Dynamite Entertainment fizeram na minisserie Marvel Zombies / Army of Darkness, publicada aqui no Brasil em 2008 na revista Marvel Max. Como uma das características das minisseries Zumbis Marvel são as homenagens as capas clássicas, nada mais natural para o artista Arthur Suydam do que homenagear X-Men #141, botando um Ash Willians e sua motosserra para fatiar as versões zumbis de Wolverine e Kitty Pryde.


Coringa, o Palhaço do Crime
Um Coringa e uma Arlequina tentando fugir prestam homenagens a Dias de um Futuro Esquecido, em arte concebida por Nelson para a Wizard, magazine dedicado aos Quadrinhos.


Quarteto Fantástico
A passagem de John Byrne pelo Quarteto Fantástico é considerada lendária por muitos fãs, inclusive por esse modesto blogueiro. Dito isso, fiquei especialmente encantado com essa recriação que Byrne fez da capa de X-Men #141, usando o Coisa e um Franklin Richards adulto como protagonistas. Simplesmente maravilhosa!

Bão, por hoje é só, meus queridos... Fiquem agora com o episódio do desenho dos X-Men (aquele, dos anos noventa) inspirado em Dias de Um Futuro Esquecido... Até a próxima!




Fontes:
ComicVine