terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Curiosidades Curiosissimas 013 - Seriam o Sr. Mxyzptlk e o Beyonder a mesma pessoa? John Byrne explica!

OK, eis aqui a última Curiosidade Curiosissíma do ano, e nada como fechar o glorioso período que foi 2008 com um leve e ligeiro texto sobre o sempre polêmico semi-deus anglo-canadense John Byrne! Eu já falei sobre aqui sobre seus dons proféticos e sobre a sua guerra particular com Marv Wolfman, porém é sempre divertido falar sobre o Byrne, mesmo porque a despeito de suas polêmicas e birras ele é e sempre foi um dos meus ídolos. Entretanto, vocês que estão acessando esse simpático blog devem estar se perguntando: que diabos é esse papo de que o Beyonder e o Sr. Mxyzptlk serem a mesma pessoa? Primeiro, façamos uma rápida retrospectiva dos dois personagens, a fim de situar os leitores mais novos que não os conhecem...


O Sr. Mxyzptlk foi criado em 1944 por Jerry Siegel e Joe Shuster, e fez sua estréia em setembro desse mesmo ano no gibi Superman #30. Originário da Quinta Dimensão, o simpático duende tinha poderes praticamente ilimitados, que invariavelmente usava para criar travessuras catastróficas que visavam atormentar o Homem de Aço. A única maneira de derrotar esse "vilão" era obrigá-lo a escrever ou falar seu complicado nome de trás para frente, e valendo-se de de truques e trapaças geralmente o Último Filho de Krypton conseguia banir o duende de volta para a Quinta Dimensão. Claro, como todo e qualquer personagem que surgiu a mais de cinqüenta anos atrás muita coisa mudou na caracterização do Sr. Sr. Mxyzptlk (inclusive do ponto de vista visual) , mas não vamos entrar aqui no mérito de discutir tal evolução. Isso ficará para outra ocasião.


Entidade total e praticamente onipotente, o Beyonder sempre teve curiosidade sobre a natureza humana, e decidiu testá-la confrontando heróis e vilões da Marvel na minissérie em doze partes chamada Guerras Secretas, publicada nos EUA originalmente em 1984 e recentemente relançada aqui no Brasil pela Panini. Não contente com os resultados obtidos nas Guerras Secretas o Beyonder rumou para a Terra a fim de ter um contato mais próximo com a Humanidade, e tal evento foi narrado na minissérie em nove partes Guerras Secretas II, lançada em 1985 e publicada aqui no Brasil nos gibis de linha da Editora Abril em 1990. De lá para cá o personagem teve outras aparições esporádicas nos gibis da Marvel, e a cada nova aparição uma nova (e geralmente estapafúrdia) explicação para a sua origem era dada, e como explicar tais origens é complicado pra caramba não vamos nem tentar fazê-lo.


Pois bem... Apresentados os personagens, aqueles que acessam esse blog devem estar se perguntando: o que eles tem em comum além de serem extremamente poderosos e onipotentes? Ora, eles nem pertencem ao mesmo universo ficcional! E qual a relação do John Byrne tem a ver com esses dois? Tá bom, vamos explicar logo, então...

Desde que foi criado o Beyonder causou um certo mal-estar entre os criadores da Marvel Comics. Ora, Guerras Secretas foi o grande evento da Marvel em 1984, e muita gente não gostou nada do editor-chefe Jim Shooter incumbir-se de escrever a minissérie. Afinal de contas, geralmente não pega bem em nenhum local de trabalho o chefe tomar para si um serviço que vai dar a maior grana preta para aquele que o realizá-lo, não é mesmo? Para piorar as coisas durante as reuniões onde eram discutidos os rumos editoriais que a Marvel tomaria em função de Guerras Secretas e Guerras Secretas II sempre que era posto em discussão quais seriam os limites para os poderes do Beyonder o "simpático" editor-chefe sempre respondia: "ele fará tudo aquilo que for necessário para a história!". Nessa época John Byrne trabalhava na Marvel e participava dessas reuniões, e depois de escutar essa "brilhante" declaração de Shooter ele simplesmente desabafou: Pelamordedeus... esse personagem tá parecendo o Mxyzptlk!".

Pois é, o Tempo passou, o Tempo voou e em 1986 Byrne foi trabalhar na DC Comics, tendo como tarefa principal reformular e adequar o Superman para uma nova geração de fãs. No gibi Superman #11 Byrne decidiu que deveria trazer o bom e velho Sr. Mxyzptlk de volta, mas não contente apenas com isso o semi-deus anglo-canadense decidiu "prestar uma pequena e sutil homenagem" ao seu antigo editor-chefe. Ora, assim que chegou em nossa dimensão o duende se disfarçou com um ser humano comum, cujo nome era ... Ben Deroy! Perceberam a sutileza da coisa? Não perceberam? Ora, Ben Deroy é pura e simplesmente um anagrama de ... Beyonder! Não contente com isso no transcorrer da história Lois Lane interpela Ben Deroy, perguntado de onde ele veio... A resposta de Deroy não poderia ser mais interessante: "Oh... Daqui e dali... Vamos dizer que eu vim de lá... Isso, de lá.". Para aqueles que não sabem em Inglês arcaico a expressão "de lá" poderia ser traduzida como ... "yonder"! Pois é, mais uma "piadinha" do Senhor Byrne... Mas, deixando de lado trocadilhos e anagramas, prestem atenção nas imagens abaixo:


Prestaram atenção nas imagens? Acreditem, meus queridos... Qualquer semelhança visual entre o Beyonder e o Ben Deroy não é mera coincidência! E, para aqueles que tiveram a pachorra e paciência que nos acompanhar nessa Curiosidade Curiosissíma, desejamos que o Novo Ano que se avizinha seja pleno de Saúde e realizações pessoais! Até a próxima!

Fontes:
Byrne Robotics - Site Oficial de John Byrne
Wikipedia

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Review 002 - Então é Natal... Com o Homem-Aranha!


Pois é... Estive por um tempo ausente do meu glorioso blog... Vocês sabem como é... Trabalho, trabalho e trabalho! Aliás, um desses trabalhos acabou de "sair do forno", e assim que ele estiver disponível farei questão de avisá-los. Aguardem... Mas, deixando a trabalheira de lado, falemos de Natal!

História em Quadrinhos natalinas sempre surgiram aqui e acolá, independente do gênero a qual pertenciam. Apesar das lembranças da minha Primeira Infância (entre o zero e os seis anos de idade) serem para lá de remotas e esparsas, acredito que as primeiros contos quadrinísticos que eu li e que envolviam o Natal devam ser da Disney. Todavia, porém... Gostaria de compartilhar com vocês as lembranças daquela que certamente foi a primeira HQ natalina de super-heróis.

Era o ano da graça de 1983... Ano em que a Editora Abril conquistou para si os direitos de publicação de todos os heróis da Marvel Comics e quando comecei a minha "carreira" de colecionador de gibis e nerd inveterado. Ora, um dos resultados diretos da aquisição de todos os personagens da Marvel pela Editora Abril foi a expansão da linha de gibis heroísticos, e um dos lançamentos daquele período foi a revista trimestral Grandes Heróis Marvel, também conhecida pelos fãs como GHM. Ora, a proposta de GHM era trazer o final de grandes sagas ou então aventuras relacionadas a um determinado tema, e justamente em conformidade com esse último item em dezembro de 1983 chegou nas bancas de jornal GHM #02, trazendo uma coletânea de histórias natalinas da Marvel.


Sinceramente, não me lembro direito de todas as histórias trazidas em GHM #02. Sei que havia uma onde o Coisa, sua namorada Alicia Masters e "sogrão" Mestre dos Bonecos passam por poucas e boas ao comemorarem juntos o natal na Montanha Wundagore (não me peçam para explicar agora o que é a Montanha Wundagore porque a coisa é longa!); havia outra que mostrava em cenas rápidas a maneira como cada um dos principais heróis da Marvel comemorava a data mais importante da Cristandade; e havia outra do Homem-Aranha, que realmente me marcou de maneira indelével (nossa, falei bonito agora!).


Nessa aventura originalmente publicada março de 1983 na revista Marvel Team-Up #127 e concebida por J. M. de Matteis, Kerry Gammill e Mike Esposito o sobrinho favorito da Tia May vai para a casa da velhinha comemorar o Natal com ela e seus amigos. Tudo bem, tudo legal, tudo as mil maravilhas, mas... Um dos amigos da Tia May estava triste... O Sr. Chekov não pode ficar alegre porque a ausência da sua neta Bette deixa o no seu coração um vazio impossível de preencher. Ora, obviamente Peter Parker ficou sensibilizado com a tristeza do Sr. Chekov, só que a noite reservava algumas surpresas para o herói aracnídeo: de repente, não mais que de repente o seu sentido de aranha tilintou, e ao sair da casa da sua tia para verificar qual possível perigo o ameaçava ele deu de cara com o Vigia, um alienígena que registrava todos os eventos ocorridos em nosso planeta, mas que devido a um juramento era proibido de interferir em qualquer tipo de assunto terrestre.



Bem, o Aranha nunca tinha se encontrado com o Vigia, e como qualquer um de nós ele ficou estupefato ao ficar frente a frente com um gigante careca de aspecto alienígena. E ficou ainda mais estupefato quando deu para ele um globo onde se via a imagem de Bette, a neta do Sr. Chekov! Aí, entendo isso como um "sinal dos céus" ou alguma coisa que o valha o Homem-Aranha decidiu sair em busca da garota, usando o globo dado pelo Vigia como guia.


Após uma longa noite onde eventualmente deparou-se com alguns dos seus poucos amigos policiais e com Capitão América o Aranha finalmente encontrou Bette. Infelizmente a jovem estava envolvida com gente muito barra-pesada, para quem o tal do "espírito natalino" não significava nada. Tentando resgatá-la das mãos da bandidagem o nosso herói defrontou-se com os marginais, e nesse confronto Bette foi baleada, ficando a beira da morte. Quando tudo indicava que a jovem passaria dessa para melhor o Vigia reapareceu, e a jóia que ele havia dado para o aracnídeo explodiu, curando os ferimentos da neta do Sr. Chekov. Aí, ocorreu o desfecho óbvio: o herói levou a menina para o hospital e ao encontro do Sr. Chekov, que teve um Natal um pouco mais feliz graças a presença da sua neta. Mas, de um jeito ou de outro fica uma pergunta no ar: por que o Vigia decidiu ajudar a família Chekov? Afinal de contas, ele não havia jurado nunca interferir em questões terrestres?


Bem, naquela noite em especial o Vigia foi tocado pela necessidade de alguma forma irmanar-se com aqueles que durante milênios ele apenas observou. Foi uma quebra do seu juramento? Sem dúvida! Mas também foi um daqueles raros momentos em que ele realmente entendeu o significado da Vida e da.. Felicidade.


Ok, ok, eu sei... A história é piegas pra caramba! E para falar a verdade ela não faz muito sentido. Ora bolas, com tanta gente passando um "perrengue" pior que o da Bette Chekov, por que o Vigia foi justamente se interessar pela vida dela? Estranho e sem lógica, não acham? Entretanto... contos de Natal não precisam ser regidos pela lógica, e sim por sentimentos como Esperança e Irmandade. No final de contas, esse é tema principal dessa história. E não seria justamente esse o significado do Natal? Acho que sim... E acho que talvez por isso eu nunca tenha esquecido essa história "bobinha". Da mesma forma que acho que cabe a mim desejar para todos os meus amigos e àqueles que acessaram esse blog um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo! Obrigado a todos vocês! E, por favor, continuem acessando o meu blog!

Fonte:
SpiderFan.org
Guia dos Quadrinhos