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quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Curiosidades Curiosissima: Quem será o misterioso Jerry Thomas ???
Algum dos leitores desse blog sabe que é o sujeito retratado na imagem acima? Alguém se lembra da carinha simpática desse camarada? Pois é, o nome dele é Jerry Thomas e, acreditem se quiserem ou não, um dia ele ajudou a Liga da Justiça a se prevenir de uma possível e futura ameaça!
Tudo começou na revista Justice League of America #16, lançada no final de 1962 e que trazia a aventura A Caverna das Esferas Fatais (Cavern of Deadly Spheres). Escrita por Gardner Fox e desenhada por Mike Sekowsky, nessa adorável aventura super-heroistica típica dos anos sessenta os herois da Liga se deparam com um misterioso bandido chamado Maestro, que através de radiação cósmica de alta frequencia disfarçada de música exercia controle mental sobre as pessoas e aplicava os mais diversos golpes.
Os justiceiros foram no encalço do marginal, e o impossível simplesmente aconteceu: não resistindo ao controle mental do vilão eles foram sumariamente derrotados! Mas como? Teria sido esse o fim da Liga da Justiça? Para falar a verdade, não... Imediatamente após a vitória do Maestro a aventura sofre um corte abrupto em sua narrativa e... nos deparamos com os justiceiros reunidos no Santuário Secreto (caverna que serviu de primeira base do grupo) lendo um gibi ao lado de Snapper Carr (o parceiro juvenil da Liga nessa época)!
Estranho? Fora de qualquer padrão narrativo? Sem dúvida alguma... Mas há uma explicação... Na verdade a "história" que mostrava a "derrocada" da Liga da Justiça era uma HQ amadora enviada para a super-equipe via correio por um fã chamado Jerry Thomas, apenas citado an passant pelos herois. Após uma atenciosa leitura do gibi os justiceiros refletiram e desenvolveram contra-medidas contra todos os perigos bolados pelo seu fã, caso eventualmente eles se concretizassem no futuro.
A Caverna das Esferas Fatais foi um delicioso e bizarro exercício de metalinguagem, porém após a sua publicação nunca mais ninguém ouviu falar do tal Jerry Thomas, até que em 1986 (vinte e quatro anos depois!) ele finalmente deu as caras no décimo-primeiro capítulo da minisserie Crise nas Infinitas Terras. Vejam logo abaixo a participação do simpático Jerry na saga que alterou para sempre o Universo DC:
Tá certo, tá certo... Aparentemente o Sr. Thomas era um policial que não sabia que vários universo haviam se fundido, mas... Será que há "alguma coisa a mais" por trás desse sujeitinho? Comparem as imagens de Jerry Thomas com a foto reproduzida abaixo:
Será que algum fã ignorante não sabe quem é o sujeito na foto acima? Para essas pobres almas cabe explicar que esse indivíduo tão "parecido" com Jerry Thomas é ninguém mais ninguém menos que o genial Roy Thomas, um dos maiores editores e escritores da História das histórias em quadrinhos americanas! Dito isso, vamos explicar como foi que Mr. Thomas virou personagem de HQ.
No inicio dos anos sessenta Thomas era um fã ávido de quadrinhos, e enviava cartas para as redações da Marvel e da DC, sugerindo plots e principalmente entrando em contato via correio com outros fanboys tão apaixonados por gibis quanto ele. De contato em contato ele acabou conhecendo Jerry Bails, um sujeito sete anos mais velho que ele e igualmente alucinado pelos antigos super-herois dos anos quarenta. Juntos, eles criaram um fanzine batizado com o proverbial nome de Alter Ego e continuaram a "amolar" os editores das principais editoras americanas através de cartas continuamente destinadas a eles. Não demorou muito para os editores e autores da DC Comics se "apegarem" a esses rapazes, e com o propósito de homenagear Jerry Bails e Roy Thomas especificamente e os fanboys em geral Gardner Fox desenvolveu o roteiro de A Caverna das Esferas Fatais, pegando o prenome de Bails e o sobrenome de Roy para criar o fictício fã "Jerry Thomas". Sabedor desse folclore em torno de Roy Thomas, o escritor Marv Wolfman decidiu homenageá-lo no penúltimo capítulo de Crise, incluindo Jerry Thomas na história e pedindo para George Pérez desenhá-lo de forma semelhante ao lendário escritor e editor. E o resto, meus amigos, é simplesmente História com "H" maiúsculo...
De tanto "encher o saco" dos editores da DC Comics em 1965 o nosso amigo Roy acabou sendo convidado para trabalhar na editora como assistente do editor Mort Weisinger. O gênio difícil de Weisinger fez com que Thomas durasse apenas uma semana na DC, mas isso não foi exatamente um problema: rapidamente ele arrumou emprego na Marvel Comics, e por lá desenvolveu a maior parte da sua brilhante carreira, se tornando um dos principais nomes por trás de personagens como os Vingadores, X-Men, Quarteto Fantástico e Conan e principalmente sendo considerado por muitos pesquisadores o "primeiro fanboy" a trabalhar profissionalmente nos quadrinhos americanos. Quanto a Jerry Bails, o Destino reservou para ele uma profícua carreira acadêmica, transformando-o no primeiro pesquisador estadunidense a estudar de forma séria e sistemática a história dos comics americanos, o que acabou lhe valendo a alcunha de "Father of Comic Book Fandom", que poderia ser traduzida como "Patriarca da Comunidade de Fãs de Quadrinhos".
Hoje, relembrando os "velhos tempos", Roy Thomas edita uma versão profissional de Alter Ego, fazendo dela uma das melhores revistas americanas dedicadas a Nona Arte. Por outro lado, em novembro de 2006 um ataque cardíaco fez com que Jerry Bails abandonasse para sempre o nosso convívio. Dito tudo isso, finalizamos esse artigo dedicando-o a esses dois sujeitos notáveis que, no final das contas, não passavam de fanboys tão apaixonados por quadrinhos quanto qualquer um de nós! E tenho dito!
P.S.1: Caso alguém tenha curiosidade em ler A Caverna das Esferas Fatais eu recomendo a compra de Arquivo DC - Liga da Justiça, uma compilação de 548 páginas em preto-e-branco que reúne as primeiras aventuras da Liga, inclusive esta tão debatida por nós aqui. Para quem gosta do lado histórico dos quadrinhos americanos essa revista é simplesmente imperdível!
P.S.2: Se alguém quiser saber mais sobre outras "participações especiais" de Roy Thomas em outras HQs modestamente recomendo a leitura do artigo O Halloween dos Super-Herois, artigo de minha lavra publicado no HQManiacs.
Fontes:
• Justice League Companion
• Silver Age Comics
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domingo, 2 de outubro de 2011
Retrospectiva: os setenta anos de Aquaman, o Senhor dos Sete Mares!
Certas coisas realmente nos pegam de surpresa... Visitando o sempre agradável Omelete me deparei com uma notícia deveras interessante: esta semana o Senhor dos Setes Mares ― mais conhecido como Aquaman ― está assoprando setenta velinhas! Esta é ou não é uma data alvissareira? E o Aquaman merece ou não merece uma rápida retrospectiva da sua carreira? Claro que merece, baby...
O Senhor dos Sete Mares se apresentou ao mundo pela primeira vez em setembro de 1941, em uma aventura de oito páginas escrita por Mort Weisinger e desenhada por Paul Norris, que foi publicada no gibi More Fun Comics #73. Nesse pequena aventura descobrimos que após vários anos de exploração um cientista (cujo nome nunca foi citado) descobriu os restos da submersa Atlântida, e se valendo dos registros cientificos encontrados na mítica cidade ele concedeu ao seu filho (cujo nome também nunca foi citado!) o dom de respirar debaixo da água e de se comunicar com a fauna marinha. Rigorosamente falando, naquele momento (com a Segunda Guerra Mundial tocando fogo no mundo inteiro e os quadrinhos não se prestando exatamente a grandes "sofisticações intelectuais") apenas a alcunha "Aquaman" era mais do suficiente para o personagem, cujos inimigos basicamente eram nazistas ou japoneses que aterrorizavam os mares durante a durante aquele período.
Em 1946 Aquaman "migrou" de More Fun Comics e passou a ser personagem de fundo da revista Adventure Comics ― que era estrelada pelo adorável Superboy ― onde viveu as suas aventuras de forma ininterrupta até 1961. Aliás, esse é um fato que descata o Senhor dos Setes Mares da maioria dos super-herois americanos criados nos anos quarenta: após o fim da Segunda Guerra o gênero "super-heroi" passou por uma forte retração e a maioria dos herois daquela época tiveram a publicação de suas histórias sumariamente suspensa, fato que não ocorreu com o heroi submarino. Mas, fica a pergunta no ar: como eram as histórias do Aquaman nos anos cinquenta?
Bem, não podemos afirmar que as aventuras do heroi submarino eram exatamente "clássicos" da Nona Arte. Essencialmente o Senhor dos Sete Mares encarava um ou outro monstro marinho e muitos, muitos piratas modernos, sendo que o mais destacado deles era o esquisitissimo (pelo menos para os padrões de hoje!) Capitão Black Jack. E, se falamos de inimigos não podemos nos esquecer dos amigos, que no caso do Aquaman eram a foquinha Ark e o polvo Topo, sempre dispostos a auxiliá-lo no combate ao crime.
Em meados dos anos cinquenta o editor Julius Schwartz comandou um revival dos super-herois, detonando a chamada Era de Prata dos Quadrinhos Americanos. Novos herois foram criados a partir de antigos personagens dos anos quarenta (no caso, Lanterna Verde, Elektron, Gavião Negro e Flash) e aqueles que estavam na ativa foram sutilmente reformulados, o que era justamente o caso do Aquaman, que teve a sua origem recontada na história "How Aquaman Got His Powers", concebida por Robert Bernstein e Ramona Fradon (uma das rarissimas mulheres que trabalhavam na indústria quadrinistica naquela época) e publicada em 1959 na revista Adventure Comics #260.
Nessa história é relevado que o verdadeiro nome do heroi é Arthur Curry, filho do ex-marinheiro e faroleiro Tom Curry com Atlanna, uma exilada princesa oriunda da Atlândida. De sua mãe, o pequeno Arthur herdou a capacidade de sobreviver nas profundezas marinhas e o direito ao trono da legendária cidade submarina; de seu pai, a força de cárater que o levou a se tornar um combatente do crime e protetor dos mares.
Com o advento da Era de Prata e a reconquista do prestigio dos super-herois a popularidade de Aquaman foi elevada, em parte graças a sua participação na Liga da Justiça da América (o principal super-grupo da DC Comics), que estreou em 1960 no gibi The Brave and the Bold #29. Ah, uma pequena curiosidade: The Brave and the Bold #29 foi o primeira revista em quadrinhos a trazer o Senhor dos Sete Mares na capa, já que desde e a sua primeira aparição ele se restringiu a ser apenas personagem de fundo dos gibis Adventure Comics e More Fun Comics! Todavia, nos anos sessenta essa situação mudaria, já que uma pleiade de artistas constituida por nomes como Bob Haney, Nick Cardy, Steve Skeates e Jack Miller expandiriam o universo do personagem.
A revista Adventure Comics #269 trouxe a estreia de Aqualad, o parceiro-mirim do Senhor dos Sete Mares, e finalmente em 1962 o heroi ganhou um titulo-solo, sendo que a partir desse ano além de obviamente aparecer em sua própria revista o personagem passou a ser figurinha carimbada nos gibis Justice League of America e World's Finest (revista que trazia aventuras do Superman e Batman). Nada mau, não é mesmo? Para completar toda essa felicidade só faltava uma companheira para o Aquaman...
Em meados de 1963 surge na revista Aquaman #11 Mera, uma bela princesa oriunda de uma dimensão aquática, e rapidamente o nosso heroi engata um romance com ela. Tão rápido foi esse namoro que no final de 1964 o Senhor dos Sete Mares se casou com a moça em Aquaman #18, se tornando um dos primeiros super-herois a oficialmente fazer parte do rol dos "homens sérios"! E não contente apenas com a cerimônia de casamento menos de um ano depois Aquaman e Mera tiveram um pimpolho, proverbialmente batizado com o nome de Arthur Curry Jr. e mais conhecido por todos como Aquababy, sendo que ele foi apresentado aos fãs em Aquaman #23.
Em 1966 Orm Marius (o invejoso meio-irmão por parte de pai do nosso heroi) deu o ar da graça em Aquaman #29, assumindo a vilanesca identidade de Mestre dos Oceanos e se tornando um dos maiores adversarios de Aquaman. E nem a aparição da adorável Aquamoça (eventual parceira e namorada de Aqualad) em Aquaman #33 aliviou a barra para o nosso heroi, já que em 1967 o Senhor dos Sete Mares encarou pela primeira vez o terrorista Arraia Negra, aquele que provavelmente é o seu inimigo mais conhecido pelos fãs.
A vida de Aquaman parecia bem agitada, porém isso não se refletia nas vendas do seu gibi, que foi cancelado em 1971 após a quinquagésima-sexta edição. Durante um tempo as aparições do heroi submarino se restringiram ao gibi da Liga da Justiça, mas vocês sabem como são as coisas... Papai do Céu fecha uma porta e abre uma janela. Ainda em 1968 o Senhor dos Sete Mares ganhou alguns episódios animados no programa televisivo The Superman/Aquaman Hour of Adventure, o que certamente tornou-o mais conhecido para o público em geral. Assistam a abertura desse simpático desenho:
Porém, a fama do heroi aquatico realmente atingiu os mais elevados píncaros da glória graças a sua participação no inesquecível Superamigos, um desenho animado que serviu de introdução ao Universo DC para milhares de moleques no mundo inteiro, inclusive este imodesto blogueiro que vos fala agora! Se você passou dos trinta anos, reveja a abertura desse genuino clássico da televisão e, por favor, contenha as lágrimas de emoção:
O sucesso do personagem na televisão motivou a DC Comics dar-lhe uma nova chance nos gibis, e assim em 1975 ele retornou para Adventure Comics, onde passou a ter novas historias concebidas pelos artistas Jim Aparo, David Michelinie e Paul Levitz. E essa turma tratou de radicalizar as coisas para o lado do Senhor dos Setes Mares.
Em Adventure Comics #452 (lançada em 1977) o Arraia Negra sequestrou o Aquababy, e o impensável aconteceu: o vilão assassinou o filho do heroi! Convenhamos: se é raro super-herois terem filhos, mais raro ainda é os leitores presenciarem o assassinato deles, o que de certa forma torna essa história um pequeno marco dentro do Universo DC. E, além disso, uma pequena curiosidade cerca essa aventura: no decorrer dela é revelado que, literalmente fazendo jus ao nome o Arraia Negra é... negro! Mas, apesar do falecimento de seu filho a vida seguiu para o Senhor dos Sete Mares.
Ainda em 1977 Aquaman voltou a ter um titulo próprio, que durou apenas sete edições, e no transcorrer dos anos oitenta as suas aparições ficaram restritas a pequenas aventuras-solo nos gibis Adventure Comics, World's Finest e Action Comics, além das óbvias participações nas histórias da Liga da Justiça, que ele chegou a liderar durante a famosa (ou infame, vai saber) "Fase Detroit" da super-equipe.
Em 1985 a DC Comics detonou a maxisserie Crise nas Infinitas Terras, com o objetivo de reiniciar todo o seu universo ficticio do zero. Essa foi a "deixa" para a concepção de uma nova origem para o Aquaman, que foi desenvolvida durante os anos oitenta e noventa por gente como Keith Giffen, Curt Swan, Shaun McLaughlin, Ken Hooper e Peter David.
Em sua nova origem o nosso heroi era filho da Princesa Atlanna (herdeira do trono de Poseidonis e Tritonis, duas cidades criadas a partir da submersão da Atlândida original três mil anos atras) com Atlan, um poderoso e ancestral feiticeiro que sobreviveu a hecatombe que destruiu o mitico reino. Assim que nasceu, além de receber o nome de Orin o pequeno Aquaman foi abandonado a própria sorte em um coral, já que os atlantes acreditavam que os cabelos loiros do pequerrucho eram um sinal de uma maldição que traria a desgraça para todo o povo submarino. Milagrosamente o bebê sobreviveu e viveu uma vida no melhor estilo "Mogli" (chegando inclusive a conviver durante um bom tempo com golfinhos), até que na adolescência ele foi encontrado por um faroleiro chamado Arthur Curry, que além de criá-lo e ensinar-lhe noções básicas de convivio com seres humanos batizou-o com o próprio nome. Posteriormente, o faroleiro desapereceu e Aquaman voltou a viver no mar, encontrando a cidade de Poseidonis, sendo que a partir desse momento ele viveu uma vida muito similar aquela retratada nos gibis dos anos sessenta e setenta, porém com algumas mudanças, digamos assim, drásticas...
O Mestre dos Oceanos continuou a ser seu meio-irmão por parte de pai, já que durante um tempo Atlan "deu umas ciscadas" no Pólo Norte e acabou engravidando uma esquimó por lá. Coincidentemente, durante a sua adolescência o nosso heroi também deu uma passadinha por lá, e também engravidou uma esquimó! Anos depois o Senhor dos Sete Mares reecontrou o moleque já crescido e batizado com o nome de Koryak, entretanto essa certamente não foi a mudança mais radical na sua vida. O pior ainda estava por vir...
Em 1994 Aquaman ganhou um novo gibi-solo, com os roteiros a cargo de Peter David. O veterano escritor radicalizou o status o personagem: deixou o cabelo e a barba dele crescer, conferiu-lhe uma personalidade pra-la-de-geniosa e, não contente com isso fez com que a sua mão esquerda fosse devorada por piranhas e substituiu-a por um arpão retrátil! Ah, e antes que nos esqueçamos: Aqualad, o eterno parceiro-mirim do heroi desenvolveu poderes misticos e mudou o seu nome para Tempest.
O "novo" Aquaman fez um certo sucesso entre os fãs, tanto que essa série durou setenta e sete edições, encerrando-se em 2001 e se tornando a mais longa do personagem.
Em 2003 o heroi submarino voltou a estrelar uma série própria, e nela o escritor Rick Veitch cortou a barba e cabelo do Senhor dos Sete Mares e trocou o arpão por uma mão mágica e aquosa, além de discretamente vinculá-los aos mitos arturianos. Afinal de contas, o personagem se chama Arthur e é um rei, que nem o soberano de Camelot, ora bolas! Porém, essa série não foi exatamente um sucesso, e a DC Comics decidiu sacudir de vez as coisas para o lado.
Tirando proveito da saga Crise Infinita Uma nova tentativa de dar relevância ao heroi foi realizada em 2006, quando a série do personagem foi rebatizada com o nome Aquaman: Sword of Atlantis (Aquaman: Espada da Atlântida). Nessa nova direção o escritor Kurt Busiek fez com que o personagem perdesse a memória e se transforma-se em uma monstruosa (porém benigna) entidade conhecida como "Morador das Profundezas", enquanto o manto de protetor dos mares passou a ser envergado por Arthur Joseph Curry, um jovem xará que ganhou poderes aquáticos após uma série de experimentos científicos empreendidos pelo seu pai. De certa forma, o personagem voltou a ter uma origem muita próxima aquela concebida nos anos quarenta, mas isso decididamente não foi um atrativo para os fãs, já que a série foi cancelada após a quinquagésima-sétima edição, não sem antes revelar que Arthur Joseph era na realidade um portador de parte da alma do Aquaman original, que havia migrado para ele no final de Crise Infinita. Quanto ao Aquaman original, ele foi assassinado no transcorrer de Sword of Atlantis e aparentemente encontrou o descanso final. Mas... Sempre há um "mas"...
Durante a saga A Noite mais Densa as forças da Vida e da Morte ressuscitaram o heroi aquático, e novas perspectivas se abriram para ele. Dito isso, em setembro de 2011 o Senhor dos Sete Mares ganhou uma nova série mensal, escrita pelo renomado escritor Geoff Johns e desenhada pelo brasileiro Ivan Reis. Essa revista promete introduzir o personagem para uma nova geração de leitores, e coincidentemente ela foi lançada na semana em que o Aquaman comemorava setenta anos de existência. E tomara que isso seja um bom augúrio para o heroi submarino e que ele retome o sucesso que merece! Dito isso, nos despedimos com uma "homenagem" que a rapaziada do seriado televisivoBig Bang Theory fez ao Senhor dos Sete Mares. Até a próxima!
Fontes:
• Wikipedia - Aquaman - em português
• Wikipedia - Aquaman - em inglês
• Aqua Wikia
• Aquaman Shrine
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Curiosidades Curiosissimas 038 - Uma pequena e breve lista com canções inspiradas em personagens de quadrinhos!
No meu último post eu "reeditei" o encontro histórico que houve entre Paul McCartney e Jack Kirby, encontro esse motivado pela canção Magneto and Titanium Man, composta pelo ex-beatle com óbvia inspiração em personagens criados por Kirby. Após elaborar esse texto fiquei matutando e me lembrei algumas outras canções inspiradas em personagens oriundos dos quadrinhos e, tomado pelo desejo de compartilhá-las com vocês decidi criar mais um post no meu blog, trazendo cinco dessas pérolas da música pop para a vossa apreciação! Vejam elas logo abaixo:
Donovan - Sunshine Superman
Donovan é um músico escocês que obteve sucesso em meados dos anos sessenta com canções que misturavam elementos pop e folk de maneira equilibrada e altamente lisérgica, bem ao gosto do público daquele período. Sunshine Superman é um dos seus maiores sucessos, e além de citar o Último Filho de Krypton a canção menciona o Lanterna Verde.
John Zorn e Naked City - Batman
John Zorn é um talentosissimo multiinstrumentista que passeia por diversos gêneros músicais e que tem um trabalho marcado pelo constante experimentalismo. Em 1989 junto com a banda Naked City ele gravou o tema instrumental Batman, no álbum Naked City.
XTC - That's Really Super, Supergirl
Uma banda que teve um certo destaque na cena new wave britância foi a XTC, e pelo visto os rapazes gostavam mesmo de gibis, já que além da homenagem que eles prestararam a Supergirl e a mitologia do Homem de Aço eles saudaram o bom e velho Sargento Rock, na canção Sgt Rock (Is Going To Help Me), que pode ser assistida nesse link.
Joe Satriani - Surfing with an alien
A capa do álbum Surfing with an alien não deixa dúvidas: um Surfista Prateado singrando o espaço e desenhado por John Byrne mostra que o arauto de Galactus certamente foi a inspiração para o tema instrumental Surfing with an alien, um dos maiores sucessos do guitarrista Joe Satriani.
Spin Doctors - Jimmy Olsen's Blues
Em 1991 a banda nova-iorquina de rock alternativo Spin Doctors botou na praça o disco Pocket Full of Kryptonite. Esse álbum ganhou este nome devido a faixa de abertura Jimmy Olsen's Blues, e se vocês assistiram ao vídeo devem ter percebido que certamente a vida de "melhor amigo" do Homem de Aço não é moleza!
E, no final de tudo, só nos resta dizer: até a próxima!
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sábado, 6 de novembro de 2010
Retrospectiva 010 - As mais estranhas campanhas presidenciais dos quadrinhos!
Bem, meus queridos, entre paus e pedras, mortos e feridos e "declarações de amor" explicitas ao povo nordestino encerramos mais um ciclo democrático-eleitoral, guindando ao mais alto cargo da República a Sra. Dilma Vana Roussef. Todavia, por mais tentados que estejamos a comentar a campanha eleitoral recém-finalizada é nossa obrigação lembrar que esse modesto blog é focado em quadrinhos e cultura pop e, dito isso, aproveitaremos essa deixa para relembrar aqui três das mais estranhas campanhas eleitorais das HQ's americanas!
Prez, o Presidente Adolescente!
Tentem se recordar do ano de 1973... O Flower-Power hippie está em pleno declínio e o povo americano descobre que o "adorável" Presidente Richard Nixon é corrupto até o último fio de cabelo... Este cenário desolador inspirou Joe Simon (co-criador do Capitão América) e Jerry Grandenetti a criarem Prez Rickard, o primeiro presidente adolescente dos Estados Unidos!
Estreando em seu próprio gibi pela DC Comics em meados de 1973, Prez Rickard era um adolescente de elevado caráter que, aproveitando-se de uma mudança legal que permitiu que qualquer pessoa a partir dos dezoito anos disputasse qualquer cargo eletivo nos EUA pura e simplesmente conseguiu atingir o cargo mais alto do país! Levando a própria mãe como Vice-Presidente e a irmã como Chefe de Gabinente (nada como um pouco de nepotismo, hein?) para a Casa Branca, Prez teve um mandato dificil, já que ele teve que encarar milicias de extrema-direita e até mesmo uma horda de vampiros, que descaradamente invadiram a residência oficial do presidente americano! Nessas horas, ele contava com a mão amiga dos seu multiétnico grupo de assessores, que contava até mesmo com um indio chamado Eagle-Free, que sabe-se lá como conseguia conversar com animais!
Apesar de todas as boas intenções do jovem mandatário, e apesar dos roteiros pra-lá-de-lisérgicos de Joe Simon o mandato de Prez foi curtissimo, já que a revista foi cancelada após a quarta edição. De lá para cá Prez teve uma participação especial no gibi Supergirl em 1974, e em 1993 foi temporariamente resgatado do Limbo dos Quadrinhos por Neil Gaiman e Mike Allred na quinquagésima-quarta edição da premiadissima série Sandman, que foi publicada pela última vez no Brasil na edição encadernada Sandman: Fim dos Mundos. Em 1995 o jovem presidente foi novamente trazido a baila na graphic novel Vertigo Visions - Prez: Smells Like Teen President (inédita no Brasil), escrita por Ed Brubaker e desenhada por Eric Shanower e, pelo visto, não se avizinha no horizonte nenhuma possibilidade de vermos de novo o mais jovem mandatário que a América já teve... Pelo menos nos Quadrinhos!
Um Pato na Presidência!
Howard era um adorável patinho antropomorfizado oriundo de outra dimensão criado pela mente "ensandecida" do roteirista Steve Gerber e que estreou no final de 1973 na revista Adventure into Fear #19, da Marvel Comics. Dada a boa aceitação do público, Howard ganhou gibi próprio em 1976, e nessa revista Gerber usou o pato para exercitar em toda plenitude a sua veia anárquica, disparando criticas a torto e direito ao chamado american way of life. O ápice dessas criticas aconteceu quando na oitava edição da revista o pato extradimensional se lançou candidato a Presidência dos Estados Unidos!
Um pato na Presidência, hein? Nada mau... Mas nem mesmo Gerber era tão louco assim, e infelizmente "forças ocultas" impediram Howard de conquistar a Casa Branca. E também para a infelicidade dos leitores um contencioso entre Gerber e a Marvel acerca dos direitos autorais do personagem fizeram com que o pato tivesse uma carreira irregular nos quadrinhos. Um dia, quem sabe, Howard voltará com tudo a ser uma das principais estrelas da editora do Tio Stan Lee...
Um Supersoldado na Casa Branca!
Poucos super-heróis tem um viés tão patriótico e tão identificado com os EUA quanto o Capitão América... Tendo isso em mente no final dos anos setenta o escritor Roger Mckenzie desenvolveu um plot, no qual Steve Rogers concorreria a Casa Branca... E seria eleito, se tornando um presidente super-heroi! É claro tal tipo de idéia era arrojada demais para aquela época, e os editores da Marvel a rejeitaram de imediato, porém...
Em 1980 o escritor Roger Stern e o desenhista John Byrne assumiram o titulo do Sentinela da Liberdade, e as propostas de Mckenzie foram novamente discutidas pelo corpo editorial da Marvel. De conversa em conversa, o então editor-chefe Jim Shooter sugeriu que Stern aproveitasse a ideia do "Capitão Presidente" usando uma abordagem um pouco diferente: em vez de mostrar a candidatura e eleição do Supersoldado, a aventura a ser desenvolvida mostraria de maneira claras as razões pelas quais Steve Rogers jamais pleitearia um cargo público.
Publicada no gibi Captain America #250, a aventura Cap for President mostra o Capitão América sendo convidado a disputar a Presidência por um partido independente, e sofrendo pressões de todos os lados para aceitar essa candidatura. Após várias reflexões, em um apaixonado discurso dirigido a uma esperançosa multidão Steve Rogers explica porque não se considera apto ao cargo de Presidente e declina do convite para disputar a Presidência. Passados trinta anos da sua publicação original, essa história é hoje considerada por criticos e fãs uma das melhores estreladas pelo Sentinela da Liberdade, já que poucas vezes uma HQ captou com tanta delicadeza a importância de valores como a Democracia e o Senso de Dever... De fato, é um pequeno clássico da Marvel Comics, que foi publicado pela última vez no Brasil na edição especial Os Maiores Clássicos do Capitão América - Volume 1, da Panini Comics.
Então, é isso... Continuem nos acessando, e como diria o Faustão, urna não é pinico! E, para finalizar de vez esse post, fiquem com a abertura do desenho animado Super President, um obscuro desenho do final dos anos sessenta que mostrava as aventuras de um super-heroi que por acaso era Presidente dos EUA! Ah, e não deixem de ler meu post sobre a eleição de Barack Obama e sobre a participação dos verdadeiros presidentes americanos nos quadrinhos! Até a próxima!
Fonte:
▪ Backissue Magazine
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Curiosidades Curiosissimas 036 - O Tocha Humana Original e o Capitão Marvel! Um dos primeiros crossovers das Historias em Quadrinhos!
E houve uma aventura...
Mais antiga do que o confronto entre o Homem-Aranha e Super-Homem sob os céus de Nova York...
Mais velha que o duelo entre força bruta e inteligência que ocorreu com o Batman e o Incrivel Hulk ...
Que aconteceu dezoito anos antes da aliança entre os X-Men e os Novos Titãs...
Essa aventura... por obra, arte, graça e um pouco de pilantragem de editores brasileiros de quadrinhos reuniu nas mesmas páginas de um gibi o Capitão Marvel (Shazam) e o Tocha Humana Original, em um dos primeiros crossovers intereditoriais das Histórias em Quadrinhos! Querem saber como isso aconteceu? Continuem lendo esse texto então, por favor...
Tanto o Capitão Marvel quanto o Tocha Humana Original deram o ar da graça no Brasil nos anos quarenta, respectivamente nas páginas das revistas O Gibi e o Globo Juvenil Mensal – ambas editadas por companhias do "saudosissimo" Roberto Marinho – e rapidamente eles angariaram uma boa quantidade de fãs entre o público brasileiro. Ora, em 1953 as histórias do Capitão Marvel deixaram de ser produzidas no States devido a um processo movido pela DC Comics moveu contra a Fawcett, alegando que discipulo do Mago Shazam era um plágio do Superman. O andróide flamejante da Timely Comics (antigo nome da Marvel) não teve sorte muito melhor, uma vez que sua editora lançava suas aventuras de forma um tanto quanto irregular durante essa mesma década. Mas – sempre há um "mas" – os editores brasileiros deram um jeitinho para os fãs brazucas não ficarem órfãos...
No caso do Capitão Marvel o público brasileiro não ficou privado das aventuras do Mortal Mais Poderoso da Terra, já a RGE - Rio Gráfica e Editora (empresa fundada em 1957 por Marinho para concentrar a publicação de quadrinhos) supriu a demanda dos fãs com constantes republicações de material antigo e eventuais histórias inéditas concebidas por artistas brasileiros até 1968. E graças a esse material nacional ocorreu um dos mais improváveis encontros da Historia das Historias em Quadrinhos.
A revista Almanaque do Globo Juvenil 1964 trouxe a aventura A Volta de um Grande Heroi, estrelada pelo Capitão Marvel. Nela, o discipulo do Mago Shazam enfrentou um vilão chamado Cobra e, após algumas escaramuças com o bandido o nosso heroi chegou no esconderijo secreto dele, e por lá ele encontrou vários prisioneiros. E por um daqueles acasos que só ocorrem nos gibis entre os cativos estava um enfraquecido, barbado e desprovido de poderes Tocha Humana, que vários antes havia sido capturado pelo Cobra!
Tá certo que os responsáveis pela aventura se esqueceram que o Tocha Humana Original era um andróide, e que formas de vida artificiais barbadas são algo um tanto quanto estranho, e tá certo que eles também se esqueceram de pedir permissão a Marvel Comics para o seu personagem, mas deixemos isso de lado... Após resgatar o Tocha do cativeiro o Capitão Marvel o levou para um hospital, e continuou no encalço do Cobra, que estava prestes a botar em ação um plano terrivelmente maligno: detonar na atmosfera terrestre um poderoso artefato chamado Hiperbomba Z, o que acarretaria em um aumento brutal da temperatura na Terra. Terrivel, hein? Enquanto Marvel corria contra o tempo para evitar a execução dos planos do Cobra o Tocha convalescia no hospital e, de repente – não mais que de repente – o flamejamente heroi recuperou os seus super-poderes e se juntou ao Mortal Mais Poderoso da Terra no embate contra o reptiliano vilão.
Aí, tudo correu conforme o esperado: juntos os dois herois derrotaram o Cobra e todos viveram felizes para sempre, certo? Para falar a verdade, não... Após derrota do Cobra o Tocha Humana se despediu do Capitão Marvel e iniciou uma busca pelo desaparecido Centelha, o seu parceiro juvenil nos anos quarenta.
Lindo tudo isso, não acham? Essa pequena pérola da Nona Arte foi desenhada por Rodriguez Zelis, e infelizmente não é sabido se foi ele ou outra pessoa que escreveu o roteiro... O que é sabido é que, muito antes dos fanboys americanos os leitores brasileiros testemunharam – ainda que de maneira extra-oficial – um dos primeiros crossovers entre personagens de peso de duas editoras de peso de todos os tempos! E tenho dito!
P.S.1.: Tomei conhecimento sobre esse crossover através do livro Quando Surgem os Super-Herois, do meu amigo Roberto Guedes. Desde essa época fiquei muito a fim de escrever alguma coisa sobre ele, porém me faltavam imagens desse gibi, que só recentemente consegui obter. Dito isso, esse post é dedicado ao bom e velho Guedes, o maior especialista em Roy Thomas da América Latina!
P.S.2.: Recentemente a Panini Comics lançou a minisseria Tocha Humana, que mostra o retorno do androide flamejante dos anos quarenta. Para quem quiser saber mais sobre o personagem eu recomendo vivamente esse gibi!
Fontes:
▪ Alter Ego Magazine
▪ Quando Surgem os Super-Herois
▪ Guia dos Quadrinhos
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sábado, 18 de setembro de 2010
Retrospectiva 008 - 1986, o ano que nunca acabou!

E houve um ano, como nenhum outro, em que as comic shops americanas foram tomadas de assalto por HQ's de indiscutivel qualidade... E houve um ano, em que a indústria americana de comics parecia ter atingido os pincaros da glória... Este ano, minha cara audiência, foi o ano de Nosso Senhor de 1986!
Hoje, quando olhamos vinte quatro anos para trás e pousando os nossos olhinhos em 1986 nos espantamos com qualidade dos gibis lançados nesse período. Ora, para inicio de conversa em 1986 a DC Comics botou na praça duas minisseries que "apenas" se tornaram dois dos maiores clássicos da Nona Arte de todos os tempos: Watchmen e Cavaleiro das Trevas.
Outro evento fundamental nesse ano foi o lançamento da versão definitiva de Maus, uma coletânea de pequenas histórias concebidas por Art Spiegelman nos anos setenta que versavam sobre os horrores do nazismo e do antissemitismo. Mas nem só de clássicos foi constituido o ano de 1986... Curiosamente nesse ano dezenas de pequenas editoras de quadrinhos independentes foram fundadas, e infelizmente a maioria delas não sobreviveu até os dias de hoje. A honrosa exceção foi a Dark Horse Comics, especializada em material licenciado (Star Wars, Conan, Tarzan, etc.) e em quadrinhos de autores consagrados como Mike Mignola e Frank Miller. Mas, deixando as independentes e os clássicos de lado, o que a Marvel e a DC aprontaram nessa época?
No inicio daquele ano foi publicado o último capítulo da minisserie Crise nas Infinitas Terras, e depois disso o universo ficcional da DC Comics foi completamente reformulado, visando atingir um novo publico. Para marcar o início dessa reformulação e a despedida da "velha" DC Comics o roteirista inglês Alan Moore escreveu a maravilhosa aventura O que aconteceu com o Homem de Aço, que hoje é considerada uma das melhores histórias do Super-Homem de todos os tempos. Feitas as "despedidas" da "velha" DC Comics, o então super-astro anglo-canadense John Byrne recontou de forma mais moderna a origem do Homem de Aço na minisserie Man of Steel, enquanto Frank Miller e David Mazzuchelli fizeram uma nova versão para o nascimento do Batman, recheando-a de clima noir e violência contemporânea na aventura Batman: Ano Um. Enquanto isso, na Marvel...
Em 1986 a Marvel Comics comemorava vinte cincos do lançamento do Universo Marvel que conhecemos, e para comemorar tal data o então editor-chefe Jim Shooter implementou um ambicioso projeto, chamado Novo Universo. Tal projeto tinha como objetivo lançar um conjunto de novos personagens mais calcados na realidade, porém uma série de erros administrativos e editorais fizeram com que a boa ideia de Shooter fizesse água, e um ano depois todos os títulos do Novo Universo foram cancelados. Mas nem tudo foram fracassos pelos lados da Marvel... A editora publicou nesse ano A Queda de Murdock, uma magnifica história concebida por Frank Miller e David Mazzuchelli, onde ambos levaram o Demolidor a uma derrocada nunca antes vista em nenhum outro super-heroi. Outro grande sucesso da Marvel nesse ano foi a violenta saga Massacre de Mutantes, que marcou o primeiro embate entre Wolverine e seu arquiinimigo, o selvagem Dente-de-Sabre. E para, finalizar, nem tudo foi tristeza na editora de Stan Lee, uma vez que Bruce Banner (o alter ego do Hulk) se casou com o seu eterno amor Betty Ross, durante uma curta passagem de John Byrne pelo titulo mensal do Gigante Verde.
Aqui no Brasil o impacto do material lançado em 1986 nos EUA não foi imediato, uma vez que sempre houve um intervalo de tempo até o material chegar traduzido para o público brasileiro. De um jeito ou de outro, esse ano deixou marcas indeléveis na indústria de quadrinhos estadunidenses, e hoje é considerado pelos historiadores e especialistas em Nona Arte como o ano que marcou o início da Era Contemporânea dos Quadrinhos, e lançou as bases para o surgimento dos herois ultra-violentos-realistas-machões que deram o ar da graça nos anos noventa. No final das contas, em 2010 ainda vivemos em função do material lançado em 1986. Isso é bom ou ruim? Cabe a vocês como fãs decidirem...
Fontes:
■ 1986 - Comic Book Resources
■ 1986 - Newsarama
■ 1986 - Wikipedia
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